Quando a gestante recebe o diagnóstico de Diabetes Gestacional ela fica extremamente preocupada, afinal, nenhuma mãe quer que seu bebê tenha alguma complicação.
Normalmente, em um primeiro momento, as gestantes tendem a diminuir significativamente o consumo dos carboidratos para tentar controlar a glicemia, porém é preciso ter muito cuidado, pois a sua alimentação poderá ficar extremamente restrita e comprometer o crescimento e o desenvolvimento do seu bebê.
Neste artigo apresento o que é o Diabetes Gestacional, quais são as suas complicações, a importância da alimentação no controle da glicemia, quais alimentos podem ser consumidos e os que devem ser evitados.
O que é Diabetes Gestacional
Diabetes Gestacional é caracterizado quando em algum período da gestação a mulher apresenta aumento do “açúcar no sangue”.
Isto ocorre porque durante a gestação, com o ganho de peso da mulher e ação de alguns hormônios, ocorre um aumento da resistência à ação da insulina (hormônio responsável por diminuir o açúcar circulante no sangue).
Quando o pâncreas da gestante não consegue compensar esse aumento de demanda com maior produção de insulina, ocorre uma elevação da glicemia.
Além disso, também existem alguns fatores de risco para o aparecimento de Diabetes Gestacional, são eles: idade materna acima de 35 anos, excesso de peso, histórico familiar de diabetes, gestação gemelar e portadoras de Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP).
Quais são as complicações do Diabetes Gestacional?
Quando o nível de açúcar no sangue não fica dentro dos padrões adequados, algumas complicações podem aparecer, são elas:
Macrossomia fetal (crescimento excessivo) e líquido amniótico aumentado
Quando o “nível de açúcar fica alto no sangue”, ele pode passar facilmente pela placenta e chegar até o bebê.
Com isso o bebê poderá ficar grande e passar a urinar bastante, resultando em aumento do líquido amniótico.
Esses dois fatores podem aumentar o risco de parto prematuro.
Além disso, se o bebê for grande (maior que 4 kg), pode ocorrer dificuldades no parto, com risco de traumas tanto para a mulher como para o recém-nascido.
Risco de Hipoglicemia Neonatal
Caso o bebê receba muito açúcar durante o período em que estiver no útero, o seu organismo produzirá níveis altos de insulina para compensar o aumento da glicose.
Como não receberá mais os elevados níveis de açúcar após o nascimento, poderá apresentar hipoglicemia (baixo nível de glicose no sangue) e, para ser tratado, deverá receber glicose, geralmente através de “soro na veia”.
Com o passar do tempo a quantidade de glicose deverá ser diminuída até que o pâncreas do bebê se adapte à concentração normal de glicose no sangue.
Risco de Obesidade e Diabetes a longo prazo
Se o bebê ficar exposto a “muito açúcar no sangue” durante a gravidez, ele terá maior risco de desenvolver obesidade e diabetes durante toda a sua vida adulta.
A importância da Alimentação no controle da Diabetes Gestacional
A alimentação saudável é uma forte aliada para a saúde da gestante e para o bom desenvolvimento do bebê, principalmente para mulheres com Diabetes Gestacional.
Uma dieta adequada possibilita a diminuição dos picos de glicose no sangue e um controle glicêmico mais eficiente, tanto em jejum quanto após as refeições.
Cerca de 70% das mulheres com Diabetes Gestacional conseguem controlar a glicemia apenas com uma dieta adequada associada a prática de atividades físicas.
Confira abaixo como deve ser essa alimentação.
Como deve ser a alimentação de quem tem Diabetes Gestacional
Um Plano Alimentar adequado para Gestante com Diabetes deverá levar em conta o seu período gestacional, estado nutricional, exames bioquímicos, rotina e hábitos alimentares.
A alimentação também deve ser baseada em alimentos naturais e saudáveis, evitando os alimentos ultraprocessados e com alto índice glicêmico.
Ademais, as seguintes orientações nutricionais são essenciais no controle da Diabetes Gestacional:
- Realizar entre 5 e 6 refeições por dia;
- Beber pelo menos 2 litros de água durante o dia;
- Substituir alimentos refinados por integrais;
- Consumir no máximo 4 frutas variadas por dia;
- Incluir verduras e legumes no almoço e jantar;
- Dar preferência para leite e derivados com baixo teor de gordura;
- Consumir diariamente castanhas, nozes, amendoim;
- Escolher fruta ao invés de tomar o suco;
- Trocar o açúcar (mel, açúcar refinado, demerara ou mascavo) por adoçantes liberados para gestantes;
- Retirar os doces da sua alimentação.
Além disso, evite consumir alimentos como batata inglesa (frita, cozida ou assada), purê de batata, melancia, pão francês, tapioca e biscoito cream cracker.
Se você está com Diabetes Gestacional e tem dúvidas sobre a sua alimentação procure um Nutricionista Materno Infantil especialista em Gestantes.