A gestação é um momento único e ao mesmo tempo cheio de dúvidas e questionamentos. Se você está grávida provavelmente já deve ter se perguntado se pode tomar café ou se a cafeína pode ocasionar algum mal ao bebê.

O café faz parte da rotina de muitas pessoas, por isso, não é raro o questionamento sobre o café na gravidez.

Riscos do consumo de cafeína na gestação

A futura mamãe deve ter cuidado com os alimentos que ingere e as quantidades. A cafeína, por exemplo, atravessa facilmente a barreira placentária e chega até o bebê. O que pode resultar em algumas complicações, para o bebê e para a gestante.

A cafeína é um estimulante do sistema nervoso central.  Ela está presente no café e em outros alimentos, como será mostrado nos próximos tópicos.

Este composto fitoquímico é o responsável por tornar o grão de café famoso por dar energia, disposição e diminuir o sono. Assim, o café faz parte do café da manhã de considerável parte dos brasileiros. É comum também em outros países. Há quem diga que o dia só começa depois de uma xícara de café.

Riscos do consumo de cafeína na gestação

Durante a gestação, o bebê absorve as substâncias originadas dos alimentos que a gestante consome. E essas substâncias são fundamentais para o bebê, mas podem se tornarem prejudiciais a depender da alimentação da mãe.

Substâncias prejudiciais podem gerar danos ao bebê que lhe acompanharão durante toda a sua vida, podendo passar, até mesmo para as futuras gerações ou em casos mais graves, levar ao aborto espontâneo. Além disso, a ingestão indevida de café na gravidez também pode prejudicar a saúde da futura mamãe.  

Cuidados com o café na gravidez

Mas afinal, gestante pode tomar café? A cafeína pode atrapalhar a gestação em diversos aspectos, tanto para o bebê quanto para a mamãe. No entanto, quando ingerida em pequenas quantidades, não é prejudicial.

Mais adiante vamos explicar as quantidades permitidas de cafeína e qual é a maneira de a mãe beber café de forma segura para o bebê. Mas por enquanto, vamos falar dos riscos. Vale lembrar, que buscar a orientação de um profissional é indispensável.

De acordo com um estudo publicado ano passado (2020) na Revista Trends in Endocrinology & Metabolism, o uso excessivo de cafeína durante a gestação pode resultar em diversos problemas para o bebê, o que pode ser estendido até a fase adulta ou passar para outras gerações, tais como:

  • Restrição do crescimento intrauterino;
  • Baixo peso do bebê ao nascer;
  • Malformações no bebê;
  • Prematuridade;
  • Aumento do risco de desenvolvimento de câncer linfoblástico na criança (leucemia);
  • Aumento do risco de desenvolver excesso de peso na primeira infância;
  • Menor desenvolvimento cognitivo aos 5 anos de idade;
  • Desenvolvimento de cardiopatias que podem ser estendidas para as demais gerações; e
  • Em casos mais graves, pode levar ao aborto espontâneo.

Além de que, os riscos podem se estender até a vida adulta, com o aumento da possibilidade de ocorrência de doenças cardiovasculares, alterações no colesterol e aumento da pressão arterial, mas esse tipo de alteração foi demonstrado em estudos experimentais em ratos.

Qual quantidade de café a gestante pode consumir?

Durante a gravidez muitas futuras mamães buscam mudar seu estilo de vida para garantir a saúde e o bem estar do seu bebê. A mudança na alimentação e a prática de exercícios tornam-se mais frequentes. No entanto, nem sempre é fácil retirar alguns alimentos, principalmente se eles fizerem parte da rotina.

Qual quantidade de café a gestante pode consumir?

A cafeína tem propriedade estimulantes, o que torna ainda mais difícil abdicar de seu consumo. No entanto, quando se trata da quantidade que a gestante pode tomar de café, a medida sofre variação para cada tipo de café.

É sempre importante frisar que é fundamental buscar a orientação de um profissional especializado.

De acordo com o Food and Drug Administration (FDA) e o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, a recomendação é que as gestantes não consumam mais de 200 mg de cafeína por dia.

Porém, um novo e importante artigo publicado na revista BMJ Evidence-Based em 2020, sugere que essas doses devam sofrer alterações radicais e que as gestantes devem ser aconselhadas a evitar a cafeína.

Quais alimentos contém cafeína?

Diferente do que se imagina, o café não é o único alimento que contém a cafeína. A cafeína se encontra presente em diversos outros alimentos, tais como refrigerantes à base de cola, chás escuros, guaraná, cacau e chocolate.

A cafeína provoca o estímulo da glândula suprarrenal, que libera a adrenalina, isso faz com que as veias e as artérias se contraiam, e essa contração reduz o fluxo de sangue em algumas partes do organismo. Dessa forma, se ingerir cafeína em excesso a placenta pode não receber a quantidade adequada de sangue. O que prejudica o desenvolvimento do bebê.

Por isso, é importante ter cuidado com o café na gravidez. A gestante pode tomar café, mas a quantidade deve ser respeitada e acompanhada por um profissional habilitado, pois se esse consumo for excessivo a gestante e o bebê poderão ter complicações.

Atenção nos ingredientes dos alimentos

De igual maneira, é de extrema importância se atentar a alimentação e aos ingredientes dos alimentos que consome para que a quantidade diária de cafeína permitida não seja extrapolada.

Assim, durante a gestação, é bom evitar ou consumir moderadamente esses alimentos. O ideal é buscar uma alimentação saudável. Claro, com o acompanhamento de um profissional especializado, tal como, um nutricionista materno infantil.

Alimentos que contém cafeína

Até aqui já descobrimos que atualmente os consensos internacionais liberam a cafeína em pequenas quantidades, mas que trabalhos científicos mais atuais sugerem que a gestante deve evitar a cafeína. Consequentemente, é necessário ter controle desse consumo. Você sabe quais alimentos contém cafeína?

  • Café: café tradicional, café solúvel, café expresso, café descafeinado;
  • Chá: chá preto, chá verde, chá mate;
  • Refrigerantes: guaraná, refrigerante de cola;
  • Chocolate: chocolate ao leite, chocolate meio amargo, achocolatado;
  • Bebidas energéticas.

Lembre-se que, dentre os alimentos citados, o que possui menor quantidade de cafeína é o café descafeinado. O chocolate branco não contém cafeína, porém tem maior teor de gordura e muitas vezes não convém trocar.  Busque sempre fazer trocas saudáveis.

Quantidade de cafeína presente nos alimentos

Aqui trouxemos uma lista com os tipos de alimentos e as quantidades de cafeína por porção. Esses dados constam no artigo Coffee, caffeine, and health, publicado no The New England Journal of Medicine em 2020.

Lembrando que as quantidades de cafeína podem variar de acordo com o local de cultivo, e maturação dos grãos.

  • Café coado de 237 ml: 92 mg de cafeína;
  • Café instantâneo de 237 ml: 63 mg de cafeína;
  • Café expresso de 30 ml: 63 mg de cafeína;
  • Café descafeinado de 237 ml: 2 mg de cafeína;
  • Chá preto, preparado de 237 ml: 47 mg de cafeína;
  • Refrigerante a base de coca de 355 ml: 32 mg de cafeína;
  • Leite com chocolate de 30 ml: 6 mg de cafeína.
Café comum x Café descafeinado

Como é possível notar, o alimento com menor quantidade de cafeína é o café descafeinado.

Dessa forma, se você está gestante e ama café, o ideal é que se substitua o café comum pelo descafeinado. Assim, você poderá consumir seu café rotineiro e ingerir cafeína sem prejudicar seu bebê.

Café comum x Café descafeinado

O café descafeinado tem ganhado cada vez mais espaço na mesa dos brasileiros, com a mesma textura e sabor, o descafeinado tem bem menos cafeína que o café comum. Isso permite que muitas pessoas continuem a tomar aquela boa xícara de café para encarar o dia sem prejudicar a saúde.

Dessa forma, a troca do café comum pelo café descafeinado é interessante, principalmente para gestantes. Visto que, a quantidade da cafeína no café descafeinado é bem menor, o que possibilita uma ingestão maior, sem atingir o limite diário de cafeína permitido para gestantes.

O descafeinado também é recomendado para gestantes que tenham os seguintes problemas, tais como:

  • Insônia;
  • Distúrbios de ansiedade;
  • Taquicardia;
  • Esofagites;
  • Gastrites;
  • Úlceras;
  • Azia;
  • Náuseas;
  • Enxaquecas;
  • Labirintites.

Vale ressaltar que existem 2 formas de retirar a cafeína do café: em água ou com substâncias químicas.

Gestantes devem utilizar apenas a versão descafeinada em água. Normalmente essa informação vem descrita na frente da embalagem.

Gestante pode consumir café com leite?

Como já dito, gestantes devem evitar ao máximo tomar café. Com o café com leite, além de se atentar a cafeína é necessário tomar cuidado com as quantidades de cada um dos líquidos da combinação. Pois, a cafeína em excesso atrapalha a absorção do cálcio.

Gestante pode consumir café com leite?

O leite é fundamental para a formação óssea do bebê. O ideal é que a gestante consuma cerca de quatro porções de leite ou derivados ao dia. No entanto, se adicionado café a quantidade de leite diminui. O que leva a gestante a consumir menos que o necessário.

Dessa forma, o ideal é usar o café coado ou solúvel, desde que sejam descafeinados. E manter a quantidade de leite, para que assim, não haja prejuízo em manter a quantidade de cálcio adequada no organismo.

Importância do acompanhamento gestacional

Como visto, a alimentação e o estilo de vida que a gestante mantém durante a gravidez pode ser definitivo para a formação e desenvolvimento do bebê. Pode definir até sua condição física na fase adulta. Dessa forma, o acompanhamento de um profissional qualificado é indispensável.

Assim, se tiver dúvidas ou precisar de apoio durante a gestação procure um Nutricionista Materno Infantil, ele é o profissional mais indicado para te orientar e tirar dúvidas.

Nutricionista especialista em Gestantes On-line

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Especialistas em alimentação de gestantes, gestação saudável, diabetes gestacional e gestação de risco

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