Redinhas de alimentação para bebê, vale a pena usar?

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Uma dúvida muito comum durante os meus atendimentos e no grupo de mães do curso Bebê Comendo Bem é em relação ao uso de redinhas de alimentação durante a Introdução Alimentar.

Algumas mães acreditam que oferecer frutas para o bebê na redinha trará mais segurança e menor risco de engasgo.

No entanto, existem diversos motivos para que ela não seja utilizada durante a Introdução Alimentar, conforme vamos conferir abaixo.

Como funciona a redinha de alimentação de bebês?

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A redinha tem um formato parecido com uma chupeta, mas com uma redinha fabricada em silicone ou em malha de poliéster com furinhos bem pequenos.

A ideia é colocar a fruta dentro desse acessório, para que o bebê, ao levar essa redinha até a boca, possa sugar e morder a fruta sem ter o risco de morder pedaços grandes que possam ocasionar um engasgo.

Com isso, apenas o caldinho da fruta vai sendo liberado aos poucos na boquinha do bebê.

A redinha diminui o risco de engasgo do bebê?

Muitas famílias ficam com medo de oferecer algumas frutas ao bebê, tais como melancia, morango, melão, laranja entre outras e optam pelas redinhas de alimentação para terem essa segurança.

No entanto, os bebês ao consumirem as frutas dentro dessa redinha acabam consumindo apenas o suco das frutas, ou seja, um alimento líquido como o leite.

Da mesma forma como os bebês se engasgam com leite, eles também podem se engasgar com esse suco.

Isso porque os alimentos líquidos tendem a desviar com maior facilidade que os alimentos sólidos até o pulmão.

Ou seja, a redinha não diminui o risco de engasgo!

Motivos para não oferecer frutas na redinha de alimentação

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Tente imaginar como é comer uma fruta dentro de uma redinha.

Imaginou?

Achou estranho?

Imagine então como pode ser estranho para um bebê, que até o momento está acostumado apenas a tomar leite ter uma experiência como essa.


Além disso, a redinha também:

Atrapalha a aceitação de novos alimentos

Todos nós temos sensores distribuídos na nossa boca, os quais são responsáveis por reconhecer os sabores, texturas e temperaturas dos alimentos que comemos.

Quando oferecemos frutas em uma redinha para o bebê, podemos promover uma experiência sensorial desagradável, o que poderá levar o bebê a associar que alimentos diferentes do leite são ruins.

Com isso, a aceitação de novos alimentos será muito prejudicada durante a fase de Introdução Alimentar.

Retém as fibras das frutas

Por possuir furinhos bem pequenos, semelhante a uma peneira, quando o bebê consome frutas em uma redinha, ele deixa de consumir partes importantes desse nutritivo alimento.

Isso porque a redinha retém as fibras das frutas, permitindo que a criança extraia apenas o suco, atrapalhando no processo de aprendizado de mastigação e experimentação de novos alimentos.

Vale lembrar que os sucos não devem ser oferecidos para menores de 1 ano, pois contribuem com o aumento da obesidade infantil.

Confira os motivos no post: Bebê pode tomar suco?

Aumenta as chances de constipação intestinal

As fibras alimentares são essenciais para o bom funcionamento intestinal.

Como as redinhas retém as fibras das frutas, a alimentação do bebê ficará pobre em fibras, aumentando as chances de constipação intestinal.

Aumenta o risco de contaminação

Higienizar esse acessório é uma tarefa complicada, pois algumas partes são muito pequenas, o que dificulta e muito a higienização.

Com isso, a redinha poderá virar uma fonte de contaminação com fungos e bactérias, aumentando o risco de diarreias no bebê.

Nutricionista materno infantil On-line

Conclusão

O uso de redinhas de frutas não traz quaisquer benefícios aos bebês durante a Introdução Alimentar.

Pelo contrário! Elas atrapalham e podem gerar diversos prejuízos ao bebê.

Caso você tenha dúvidas sobre Introdução Alimentar, conheça o curso Bebê Comendo Bem ou consulte um Nutricionista Materno Infantil.

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Paula Stancari

Nutricionista com especialização em Nutrição Materno Infantil, Residência Multiprofissional em Saúde da Família, Mestra pela Universidade Federal de São Paulo e fundadora da Clínica Paula Stancari Nutrição Materno Infantil
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